A caminhada continua. O tufão que estava vindo das Filipinas desviou a rota e não chegou à ilha de Yakushima, onde estive durante 5 dias nessa semana. Aliás, nem tufão nem chuva, graças a deus e às vossas/nossas mentalizações positivas.

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Tem uma poetiza japonesa que diz que em Yakushima  chove 35 dias por mês. As precipitações locais ao nível do mar é em torno de 4.500 mm por ano e de 7.500 mm nas montanhas.  Imaginem que existem locais que chegam a chover mais de 10.000 mm por ano, e durante toda a semana em que lá estivemos nem uma gota de garoa.  O sol nos presenteou com bons tempos para uma longa e belíssima caminhada!

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Visitamos 3 instituições que trabalham com a preservação das florestas  e uma ong que ajuda a preservar praias onde desovam tartarugas marinhas. Ouvimos palestras, fizemos um exigente trekking de 6 horas subindo montanha e libertamos tartarugas no mar, à noite.

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Yakushima desde 1993 é considerada patrimônio ambiental da humanidade, e possui um ecossistema belo e especial. As montanhas vulcânicas que lá se encontram promovem uma grande variedade de paisagens e clima num pequeno pedaço de mundo (500 km 2 com um perímetro de 130 km). Na altura do mar, no verão, o clima  é quente. Enquanto subindo montanhas de até 2000 metros é possível encontrar temperatura frias,que no inverno chegam a até menos 8 graus… Por conta dessa variação vertical de temperatura, em Yakushima num mesmo dia é possível observar ecossistemas do sul ao norte do Japão.

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Sol, mar, montanhas, rios, florestas, flores,cedros gigantes milenares, projetos ambientais e  pessoas. E ao final da semana, de presente, a visita a uma cachoeira.

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Essa viagem foi um encantamento e brindaria a semana não fosse uma notícia trágica que recebemos ontem à noite. O noivo de uma amiga da Guatemala, uma pessoa que em pouco tempo se tornou muito querida para mim,  foi assassinado em um passeio que ele fazia à Venezuela.  A turma toda aqui está no apoio do colo, dos abraços… mas ainda nos faltam as palavras! No Japão dá pra desacostumar a pensar na violência urbana demasiada, essa guerra de foices no escuro que nos assombra em tantas partes do mundo. Rezo como para espantar a sensação de impotência diante de situações como essa (outras realidades). Desejo conforto para os que sentem esta dor imensa, e desejo profundamente que estejamos livres da estranha sensação de que tudo pode estar por um triz.

Muito amor e Paz!

Carol